Projetos Coletivos
Os projetos de pesquisa selecionados abaixo representam os trabalhos coletivos desenvolvidos por grupos de pesquisadores do NuCEC.
Para buscar os projetos individuais de pesquisadores, acesse a página coletivo.
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Dinâmicas econômicas (pós) pandêmicas: Incertezas e produção de desigualdades
Resumo
O objetivo é estudar as dinâmicas econômicas decorrentes da pandemia de Covid-19 no dia a dia de moradores de periferias urbanas e favelas brasileiras. O principal foco empírico é o conjunto de 16 comunidades do complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele se complementa com investigações em outras áreas das cidades de Rio de Janeiro e de São Paulo. A proposta se viabiliza pela experiência do Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC), centro de referência nacional e internacional nos estudos sociais da economia e, mais concretamente, pelo desenvolvimento de um projeto de pesquisa que vem sendo conduzido no Complexo da Maré desde outubro de 2020 por uma equipe de 15 pesquisadores (doutores e doutorandos).
Como as pessoas e as famílias vivem a crise? Como lidam com as incertezas motivadas pela emergência e com as políticas públicas destinadas a mitigar os seus efeitos? Quais são os arranjos e as estratégias para ganhar a vida, construir uma vida plena e dar perspectivas de futuro para si e para os próximos? As famílias do mundo popular urbano se sustentam por meio de formas variadas, sucessivas ou simultâneas de ganhar dinheiro, como pequenos comércios, trabalhos temporários, oficinas e ocupações ligadas ao cuidado, entre outras. Essas modalidades se conjugam com dinâmicas familiares, com relações de gênero e geração, com tarefas ligadas à manutenção da casa e ao cuidado de crianças e doentes, envolvendo redes de casas e parentes, fluxos financeiros e dívidas, e dinâmicas de mobilidade laboral e residencial.
Voltado para formação de jovens pesquisadores e com foco nas dinâmicas da economia real do mundo popular, o projeto contribuirá para a compreensão da crise sanitária e econômica, assim como para o vislumbre de suas consequências duradouras na vida das pessoas e na economia nacional. Espera-se também contribuir com instrumentos que permitam avaliar e desenhar políticas públicas voltadas para mitigação dos efeitos negativos da crise.
Abstract
The aim is to study the economic dynamics arising from the Covid-19 pandemic in the daily lives of residents of Brazil's urban peripheries and favelas. The main empirical focus is on the Maré neighbourhood, a cluster of 16 favelas in the North Zone of Rio de Janeiro along with other areas in this city and in São Paulo. This proposal is based on the experience of the Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC), a national and international reference center in the social studies of the economy and, more specifically, by a research project already being developed in Maré since October 2020 by a team of 15 researchers (PhDs and doctoral students).
How do individuals and families live through the crisis? How do they deal with the uncertainties motivated by the emergency, and the public policies aimed at mitigating its effects? What are the arrangements and strategies to make a living, build a worthy life, and provide future prospects for persons and collectives? Families in the popular world support themselves through varied, successive or simultaneous ways of earning money, such as small businesses, temporary jobs, businesses and occupations related to care, among others. These modalities combine with family dynamics, gender and generational relations, tasks related to housekeeping and caring for children and the sick, involving networks of homes and relatives, financial flows and debts, and dynamics of labor and residential mobility.
Aimed at training young researchers and focusing on the dynamics of the real economy of the popular world, the project will contribute to the understanding of the health and economic crisis, as well as to the glimpse of its lasting consequences in people's lives and in the national economy. It is also expected to contribute with tools to evaluate and design public policies aimed at mitigating the negative effects of the crisis.
Coordenador geral: Federico Neiburg
Coordenadora de pesquisa: Eugênia Motta
Pesquisadores principais: Fernando Rabossi, Dabiel Hirata e Viviane Fernandes
Equipe:
Pesquisadores associados:
Adriana Vianna (UFRJ)
André Dumans Guedes (UFF)
Vera Telles (USP)
Camila Fernandes (UFRJ)
Everton Rangel (UFRJ)
Doutorandos:
Ananda da Silveira Vianna (UERJ)
Caio César de Azevedo Barros (UFRJ)
Daniela Ramos Petti (UFRJ)
Jeferson de Lara Scabio (UFRJ)
Joyce Silva dos Santos Drumond Linhares ((UFRJ)
Rodrigo Lopes Cavalcanti Ribeiro (UFF)
Mestrandos:
Ana Raquel Rosa de Couto (UFF)
Bruno Fernandes (UFRJ)
Graduandos:
Carolina Daltoé da Cunha (UFF)
Resumo
O objetivo é estudar as dinâmicas econômicas decorrentes da pandemia de Covid-19 no dia a dia de moradores de periferias urbanas e favelas brasileiras. O principal foco empírico é o conjunto de 16 comunidades do complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele se complementa com investigações em outras áreas das cidades de Rio de Janeiro e de São Paulo. A proposta se viabiliza pela experiência do Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC), centro de referência nacional e internacional nos estudos sociais da economia e, mais concretamente, pelo desenvolvimento de um projeto de pesquisa que vem sendo conduzido no Complexo da Maré desde outubro de 2020 por uma equipe de 15 pesquisadores (doutores e doutorandos).
Como as pessoas e as famílias vivem a crise? Como lidam com as incertezas motivadas pela emergência e com as políticas públicas destinadas a mitigar os seus efeitos? Quais são os arranjos e as estratégias para ganhar a vida, construir uma vida plena e dar perspectivas de futuro para si e para os próximos? As famílias do mundo popular urbano se sustentam por meio de formas variadas, sucessivas ou simultâneas de ganhar dinheiro, como pequenos comércios, trabalhos temporários, oficinas e ocupações ligadas ao cuidado, entre outras. Essas modalidades se conjugam com dinâmicas familiares, com relações de gênero e geração, com tarefas ligadas à manutenção da casa e ao cuidado de crianças e doentes, envolvendo redes de casas e parentes, fluxos financeiros e dívidas, e dinâmicas de mobilidade laboral e residencial.
Voltado para formação de jovens pesquisadores e com foco nas dinâmicas da economia real do mundo popular, o projeto contribuirá para a compreensão da crise sanitária e econômica, assim como para o vislumbre de suas consequências duradouras na vida das pessoas e na economia nacional. Espera-se também contribuir com instrumentos que permitam avaliar e desenhar políticas públicas voltadas para mitigação dos efeitos negativos da crise.
Abstract
The aim is to study the economic dynamics arising from the Covid-19 pandemic in the daily lives of residents of Brazil's urban peripheries and favelas. The main empirical focus is on the Maré neighbourhood, a cluster of 16 favelas in the North Zone of Rio de Janeiro along with other areas in this city and in São Paulo. This proposal is based on the experience of the Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC), a national and international reference center in the social studies of the economy and, more specifically, by a research project already being developed in Maré since October 2020 by a team of 15 researchers (PhDs and doctoral students).
How do individuals and families live through the crisis? How do they deal with the uncertainties motivated by the emergency, and the public policies aimed at mitigating its effects? What are the arrangements and strategies to make a living, build a worthy life, and provide future prospects for persons and collectives? Families in the popular world support themselves through varied, successive or simultaneous ways of earning money, such as small businesses, temporary jobs, businesses and occupations related to care, among others. These modalities combine with family dynamics, gender and generational relations, tasks related to housekeeping and caring for children and the sick, involving networks of homes and relatives, financial flows and debts, and dynamics of labor and residential mobility.
Aimed at training young researchers and focusing on the dynamics of the real economy of the popular world, the project will contribute to the understanding of the health and economic crisis, as well as to the glimpse of its lasting consequences in people's lives and in the national economy. It is also expected to contribute with tools to evaluate and design public policies aimed at mitigating the negative effects of the crisis.
Coordenador geral: Federico Neiburg
Coordenadora de pesquisa: Eugênia Motta
Pesquisadores principais: Fernando Rabossi, Dabiel Hirata e Viviane Fernandes
Equipe:
Pesquisadores associados:
Adriana Vianna (UFRJ)
André Dumans Guedes (UFF)
Vera Telles (USP)
Camila Fernandes (UFRJ)
Everton Rangel (UFRJ)
Doutorandos:
Ananda da Silveira Vianna (UERJ)
Caio César de Azevedo Barros (UFRJ)
Daniela Ramos Petti (UFRJ)
Jeferson de Lara Scabio (UFRJ)
Joyce Silva dos Santos Drumond Linhares ((UFRJ)
Rodrigo Lopes Cavalcanti Ribeiro (UFF)
Mestrandos:
Ana Raquel Rosa de Couto (UFF)
Bruno Fernandes (UFRJ)
Graduandos:
Carolina Daltoé da Cunha (UFF)
Projeto Haiti
Coordenador: Federico Neiburg
O "Projeto Haiti", lançado em 2007, visa realizar uma pesquisa sobre a configuração do espaço nacional haitiano. Interessa mostrar como o Haiti é um universo privilegiado para construir um modelo mais geral para a compreensão da estruturação dos espaços nacionais no mundo contemporâneo que considere: o caráter constitutivo dos laços entre a dimensão nacional e internacional da vida social, as relações entre os processos de localização, nacionalização e transnacionalização; os vínculos entre o mundo rural e urbano; e a gênese social do quadro conceitual e dos sentidos sociais associados com os universos nacionais. A etnografia, a perspectiva histórica e o comparatismo são os instrumentos principais da pesquisa. O projeto possui quatro eixos: 1) a organização social dos mercados (considerando os circuitos e os fluxos de objetos e moedas), 2) as configurações familiares (observando a circulação de pessoas no âmbito nacional e internacional e as dinâmicas de alianças e distinções), 3) o universo da cooperação internacional (focalizando no caso norte-americano [USAID], e brasileiro [ABC]), e 4) as formas de representar a história e a cultura nacional tanto nos âmbitos eruditos como ordinários (nas interações ocorridas no dia a dia). A pesquisa é desenvolvida prioritariamente em alguns bairros da zona central da capital, Port-au-Prince, na região de Jacmel, no sul do país, e na região de Cap-Haïtien, no norte. A equipe está conformada por pesquisadores senior, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e bolsistas de iniciação cientifica. A equipe conta ainda com a participação de alunos da Faculdade de Etnologia da Universidade do Estado de Haiti.
As pesquisas situam-se no contexto das intensas relações que o Brasil e o Haiti mantêm desde 2004, quando o nosso país passou a comandar a Missão das Nações Unidas para a Estabilização de Haiti (MINUSTAH). De fato, a presença da equipe no Haiti faz parte dos fluxos e relações que são objeto da investigação, junto a outras presenças brasileiras como a militar e a humanitária. Isso transforma a pesquisa em um laboratório transnacional de reflexão sobre as condições nacionais e internacionais da realização da própria pesquisa.
O projeto decorre de uma intensa experiência que vem sendo desenvolvida há três anos com apoio do CNPq, da FAPERJ, da FAPESP, da FAEPEX (Unicamp), do MEC e do Itamaraty. Da mesma participam dois grupos sediados nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ) e da Unicamp. O grupo do Museu Nacional vem trabalhando consistentemente em Port-au-Prince e em Jacmel, o grupo da UNICAMP em Port-au-Prince e em Cap-Haïtian. As ações da equipe estão associadas (e contribuem para a consolidação) do Institut Interuniversitaire de Recherche et de Développement (INURED), criado em Port-au-Prince, em 2007. Assim, além da produção de conhecimento substantivo sobre a formação nacional haitiana e de contribuir para o desenvolvimento de modelos de compreensão etnográficos e históricos sobre a questão nacional, o projeto promove uma singular experiência transnacional e coletiva de pesquisa, de formação de jovens pesquisadores e de construção institucional.
Coordenador: Federico Neiburg
O "Projeto Haiti", lançado em 2007, visa realizar uma pesquisa sobre a configuração do espaço nacional haitiano. Interessa mostrar como o Haiti é um universo privilegiado para construir um modelo mais geral para a compreensão da estruturação dos espaços nacionais no mundo contemporâneo que considere: o caráter constitutivo dos laços entre a dimensão nacional e internacional da vida social, as relações entre os processos de localização, nacionalização e transnacionalização; os vínculos entre o mundo rural e urbano; e a gênese social do quadro conceitual e dos sentidos sociais associados com os universos nacionais. A etnografia, a perspectiva histórica e o comparatismo são os instrumentos principais da pesquisa. O projeto possui quatro eixos: 1) a organização social dos mercados (considerando os circuitos e os fluxos de objetos e moedas), 2) as configurações familiares (observando a circulação de pessoas no âmbito nacional e internacional e as dinâmicas de alianças e distinções), 3) o universo da cooperação internacional (focalizando no caso norte-americano [USAID], e brasileiro [ABC]), e 4) as formas de representar a história e a cultura nacional tanto nos âmbitos eruditos como ordinários (nas interações ocorridas no dia a dia). A pesquisa é desenvolvida prioritariamente em alguns bairros da zona central da capital, Port-au-Prince, na região de Jacmel, no sul do país, e na região de Cap-Haïtien, no norte. A equipe está conformada por pesquisadores senior, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e bolsistas de iniciação cientifica. A equipe conta ainda com a participação de alunos da Faculdade de Etnologia da Universidade do Estado de Haiti.
As pesquisas situam-se no contexto das intensas relações que o Brasil e o Haiti mantêm desde 2004, quando o nosso país passou a comandar a Missão das Nações Unidas para a Estabilização de Haiti (MINUSTAH). De fato, a presença da equipe no Haiti faz parte dos fluxos e relações que são objeto da investigação, junto a outras presenças brasileiras como a militar e a humanitária. Isso transforma a pesquisa em um laboratório transnacional de reflexão sobre as condições nacionais e internacionais da realização da própria pesquisa.
O projeto decorre de uma intensa experiência que vem sendo desenvolvida há três anos com apoio do CNPq, da FAPERJ, da FAPESP, da FAEPEX (Unicamp), do MEC e do Itamaraty. Da mesma participam dois grupos sediados nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ) e da Unicamp. O grupo do Museu Nacional vem trabalhando consistentemente em Port-au-Prince e em Jacmel, o grupo da UNICAMP em Port-au-Prince e em Cap-Haïtian. As ações da equipe estão associadas (e contribuem para a consolidação) do Institut Interuniversitaire de Recherche et de Développement (INURED), criado em Port-au-Prince, em 2007. Assim, além da produção de conhecimento substantivo sobre a formação nacional haitiana e de contribuir para o desenvolvimento de modelos de compreensão etnográficos e históricos sobre a questão nacional, o projeto promove uma singular experiência transnacional e coletiva de pesquisa, de formação de jovens pesquisadores e de construção institucional.
Economia popular e governamentalidade: Porto Príncipe e Rio de Janeiro em perspectiva comparada
Coordenadores: Federico Neiburg, Fernando Rabossi, Eugênia Motta
O projeto pretende contribuir para a compreensão das relações entre economia popular e governamentalidade em dois contextos urbanos: a grande Bel Air, situada no centro de Porto Príncipe (Haiti) e, no Rio de Janeiro, as regiões do Complexo do Alemão e do Centro da cidade. O projeto possui dois eixos: (a) a organização social dos mercados e as modalidades de circulação do dinheiro entre pessoas, famílias e outras redes sociais e coletividades,e (b) as ações de (e as relações entre) as agências e os agentes que compõem regimes de governamentalidade singulares, dos quais participam governos, associações locais, ONGs e instituições internacionais. No caso do Rio de Janeiro, o projeto visa estudar aspectos centrais das transformações atualmente em curso na cidade (as políticas de intervenção em favelas e de intervenção e ordenamento do Centro, com foco nos mercados). No caso de Porto Príncipe, propõe-se um estudo etnográfico das articulações entre as iniciativas de reforma urbana pós terremoto (janeiro 2010) com as políticas de estabilização e desenvolvimento, implementadas no contexto da presença da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
Apesar dos marcados contrastes entre ambos os universos, a comparação entre eles se fundamenta (a) na existência de agendas de transformação urbanas transnacionais ligadas a questões de segurança e formalização das atividades econômicas, (b) na presença de um conjunto de agencias e agentes comuns (associações, ONGs, agencias internacionais, governos, empresas), (c) na verificação de histórias cruzadas a partir da atual presença brasileira no Haiti, e especificamente em Bel Air (militar, de órgãos do governo, de organizações da sociedade civil e de empresas privadas), e (d) no fato de existir uma discussão pública (sobre tudo na área de segurança) na qual ambos os universos aparecem relacionados.
Coordenadores: Federico Neiburg, Fernando Rabossi, Eugênia Motta
O projeto pretende contribuir para a compreensão das relações entre economia popular e governamentalidade em dois contextos urbanos: a grande Bel Air, situada no centro de Porto Príncipe (Haiti) e, no Rio de Janeiro, as regiões do Complexo do Alemão e do Centro da cidade. O projeto possui dois eixos: (a) a organização social dos mercados e as modalidades de circulação do dinheiro entre pessoas, famílias e outras redes sociais e coletividades,e (b) as ações de (e as relações entre) as agências e os agentes que compõem regimes de governamentalidade singulares, dos quais participam governos, associações locais, ONGs e instituições internacionais. No caso do Rio de Janeiro, o projeto visa estudar aspectos centrais das transformações atualmente em curso na cidade (as políticas de intervenção em favelas e de intervenção e ordenamento do Centro, com foco nos mercados). No caso de Porto Príncipe, propõe-se um estudo etnográfico das articulações entre as iniciativas de reforma urbana pós terremoto (janeiro 2010) com as políticas de estabilização e desenvolvimento, implementadas no contexto da presença da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
Apesar dos marcados contrastes entre ambos os universos, a comparação entre eles se fundamenta (a) na existência de agendas de transformação urbanas transnacionais ligadas a questões de segurança e formalização das atividades econômicas, (b) na presença de um conjunto de agencias e agentes comuns (associações, ONGs, agencias internacionais, governos, empresas), (c) na verificação de histórias cruzadas a partir da atual presença brasileira no Haiti, e especificamente em Bel Air (militar, de órgãos do governo, de organizações da sociedade civil e de empresas privadas), e (d) no fato de existir uma discussão pública (sobre tudo na área de segurança) na qual ambos os universos aparecem relacionados.
Formas de governo e práticas econômicas ordinárias
Coordenadores: Federico Neiburg (PPGAS, UFRJ) e Benoît de L'Estoile (IRIS/EHESS/Paris)
Site do Projeto: http://ecogov.weebly.com
Este projeto tem como objetivo estudar as relações complexas entre modos de governo e práticas econômicas ordinárias. A partir de pesquisas etnográficas conduzidas em diversos contextos sociais, trata-se de analisar, por meio de uma abordagem comparativa, as maneiras também múltiplas pelas quais as práticas econômicas ordinárias são criadas, criam, utilizam ou contestam as formas e os dispositivos de governo.
Por um lado, um conjunto de práticas e políticas de governo, de gestão de população e de territórios, e, mais especificamente, de regulação de mercados e de fluxos monetários, criadas e acionadas dentro de uma rede densa de pessoas e de instituições, de agentes e agências diversificadas, tais como governos, instituições internacionais, ONG, agentes de segurança, líderes e associações “locais”. Por outro lado, um conjunto de práticas desenvolvidas tanto na esfera da economia doméstica, no seu sentido mais amplo, quanto em redes de relações pessoais: modos de abastecimento, de ganhar e administrar o dinheiro, por meio de trocas, poupanças, empréstimos e investimentos, em universos onde o acesso ao dinheiro não passa principalmente por empregos formais nem pela condição salarial.
As práticas econômicas cotidianas muitas vezes permanecem obscuras quando são vistas pelas categorias de percepção e de ação que servem para elaborar políticas e programas de intervenção dentro do que se costuma chamar de “economia doméstica”, “economia informal” ou “economia ilegal” – realidades econômicas que justamente resistem aos dispositivos tradicionais da mensuração estatística. A nossa ambição também é de entender, de modo sociologicamente positivo, as relações entre esses dois universos (por exemplo, entre práticas econômicas ordinárias e os esforços para medi-las), e os espaços complexos e densos de agências e agentes que estruturam essas relações.
A hipótese mais geral deste projeto, situado na fronteira entre a antropologia do Estado e das formas de governo, por um lado, e a etnografia da economia, por outro, aponta para a fecundidade de analisar com as mesmas ferramentas teóricas situações que podem parecer à primeira vista muito distantes. As equipes francesas e brasileiras, que o projeto reúne, trabalham em diversos contextos nacionais, como França (incluindo territórios de “além mar”, como a Guiana francesa) Brasil, Haiti, Argentina, Índia, Colômbia, Estados-Unidos e México.
Equipes
Este acordo visa estimular as trocas intelectuais, criando um ambiente que favorece a formação de jovens pesquisadores e doutorandosatravés de pesquisas etnográficas, caracterizadas pela internacionalização e pelo comparatismo.
Coordenadores: Federico Neiburg (PPGAS, UFRJ) e Benoît de L'Estoile (IRIS/EHESS/Paris)
Site do Projeto: http://ecogov.weebly.com
Este projeto tem como objetivo estudar as relações complexas entre modos de governo e práticas econômicas ordinárias. A partir de pesquisas etnográficas conduzidas em diversos contextos sociais, trata-se de analisar, por meio de uma abordagem comparativa, as maneiras também múltiplas pelas quais as práticas econômicas ordinárias são criadas, criam, utilizam ou contestam as formas e os dispositivos de governo.
Por um lado, um conjunto de práticas e políticas de governo, de gestão de população e de territórios, e, mais especificamente, de regulação de mercados e de fluxos monetários, criadas e acionadas dentro de uma rede densa de pessoas e de instituições, de agentes e agências diversificadas, tais como governos, instituições internacionais, ONG, agentes de segurança, líderes e associações “locais”. Por outro lado, um conjunto de práticas desenvolvidas tanto na esfera da economia doméstica, no seu sentido mais amplo, quanto em redes de relações pessoais: modos de abastecimento, de ganhar e administrar o dinheiro, por meio de trocas, poupanças, empréstimos e investimentos, em universos onde o acesso ao dinheiro não passa principalmente por empregos formais nem pela condição salarial.
As práticas econômicas cotidianas muitas vezes permanecem obscuras quando são vistas pelas categorias de percepção e de ação que servem para elaborar políticas e programas de intervenção dentro do que se costuma chamar de “economia doméstica”, “economia informal” ou “economia ilegal” – realidades econômicas que justamente resistem aos dispositivos tradicionais da mensuração estatística. A nossa ambição também é de entender, de modo sociologicamente positivo, as relações entre esses dois universos (por exemplo, entre práticas econômicas ordinárias e os esforços para medi-las), e os espaços complexos e densos de agências e agentes que estruturam essas relações.
A hipótese mais geral deste projeto, situado na fronteira entre a antropologia do Estado e das formas de governo, por um lado, e a etnografia da economia, por outro, aponta para a fecundidade de analisar com as mesmas ferramentas teóricas situações que podem parecer à primeira vista muito distantes. As equipes francesas e brasileiras, que o projeto reúne, trabalham em diversos contextos nacionais, como França (incluindo territórios de “além mar”, como a Guiana francesa) Brasil, Haiti, Argentina, Índia, Colômbia, Estados-Unidos e México.
Equipes
Este acordo visa estimular as trocas intelectuais, criando um ambiente que favorece a formação de jovens pesquisadores e doutorandosatravés de pesquisas etnográficas, caracterizadas pela internacionalização e pelo comparatismo.
Governar a incerteza: territórios, casas, mercados
Projeto de Cooperação Internacional CAPES-COFECUB
Coordenadores: Federico Neiburg e Benoît de l'Estoile
Projeto de Cooperação Internacional CAPES-COFECUB
Coordenadores: Federico Neiburg e Benoît de l'Estoile