Formas de governo e práticas econômicas ordinárias
Site do Projeto: http://ecogov.weebly.com
Coordenadores: Federico Neiburg (PPGAS/Museu Nacional/UFRJ) e Benoît de L'Estoile (IRIS/EHESS/Paris)
Este projeto tem como objetivo estudar as relações complexas entre modos de governo e práticas econômicas ordinárias. A partir de pesquisas etnográficas conduzidas em diversos contextos sociais, trata-se de analisar, por meio de uma abordagem comparativa, as maneiras também múltiplas pelas quais as práticas econômicas ordinárias são criadas, criam, utilizam ou contestam as formas e os dispositivos de governo.
Por um lado, um conjunto de práticas e políticas de governo, de gestão de população e de territórios, e, mais especificamente, de regulação de mercados e de fluxos monetários, criadas e acionadas dentro de uma rede densa de pessoas e de instituições, de agentes e agências diversificadas, tais como governos, instituições internacionais, ONG, agentes de segurança, líderes e associações “locais”. Por outro lado, um conjunto de práticas desenvolvidas tanto na esfera da economia doméstica, no seu sentido mais amplo, quanto em redes de relações pessoais: modos de abastecimento, de ganhar e administrar o dinheiro, por meio de trocas, poupanças, empréstimos e investimentos, em universos onde o acesso ao dinheiro não passa principalmente por empregos formais nem pela condição salarial.
As práticas econômicas cotidianas muitas vezes permanecem obscuras quando são vistas pelas categorias de percepção e de ação que servem para elaborar políticas e programas de intervenção dentro do que se costuma chamar de “economia doméstica”, “economia informal” ou “economia ilegal” – realidades econômicas que justamente resistem aos dispositivos tradicionais da mensuração estatística. A nossa ambição também é de entender, de modo sociologicamente positivo, as relações entre esses dois universos (por exemplo, entre práticas econômicas ordinárias e os esforços para medi-las), e os espaços complexos e densos de agências e agentes que estruturam essas relações.
A hipótese mais geral deste projeto, situado na fronteira entre a antropologia do Estado e das formas de governo, por um lado, e a etnografia da economia, por outro, aponta para a fecundidade de analisar com as mesmas ferramentas teóricas situações que podem parecer à primeira vista muito distantes. As equipes francesas e brasileiras, que o projeto reúne, trabalham em diversos contextos nacionais, como França (incluindo territórios de “além mar”, como a Guiana francesa) Brasil, Haiti, Argentina, Índia, Colômbia, Estados-Unidos e México.
Equipes
Este acordo visa estimular as trocas intelectuais, criando um ambiente que favorece a formação de jovens pesquisadores e doutorandosatravés de pesquisas etnográficas, caracterizadas pela internacionalização e pelo comparatismo.
Site do Projeto: http://ecogov.weebly.com
Coordenadores: Federico Neiburg (PPGAS/Museu Nacional/UFRJ) e Benoît de L'Estoile (IRIS/EHESS/Paris)
Este projeto tem como objetivo estudar as relações complexas entre modos de governo e práticas econômicas ordinárias. A partir de pesquisas etnográficas conduzidas em diversos contextos sociais, trata-se de analisar, por meio de uma abordagem comparativa, as maneiras também múltiplas pelas quais as práticas econômicas ordinárias são criadas, criam, utilizam ou contestam as formas e os dispositivos de governo.
Por um lado, um conjunto de práticas e políticas de governo, de gestão de população e de territórios, e, mais especificamente, de regulação de mercados e de fluxos monetários, criadas e acionadas dentro de uma rede densa de pessoas e de instituições, de agentes e agências diversificadas, tais como governos, instituições internacionais, ONG, agentes de segurança, líderes e associações “locais”. Por outro lado, um conjunto de práticas desenvolvidas tanto na esfera da economia doméstica, no seu sentido mais amplo, quanto em redes de relações pessoais: modos de abastecimento, de ganhar e administrar o dinheiro, por meio de trocas, poupanças, empréstimos e investimentos, em universos onde o acesso ao dinheiro não passa principalmente por empregos formais nem pela condição salarial.
As práticas econômicas cotidianas muitas vezes permanecem obscuras quando são vistas pelas categorias de percepção e de ação que servem para elaborar políticas e programas de intervenção dentro do que se costuma chamar de “economia doméstica”, “economia informal” ou “economia ilegal” – realidades econômicas que justamente resistem aos dispositivos tradicionais da mensuração estatística. A nossa ambição também é de entender, de modo sociologicamente positivo, as relações entre esses dois universos (por exemplo, entre práticas econômicas ordinárias e os esforços para medi-las), e os espaços complexos e densos de agências e agentes que estruturam essas relações.
A hipótese mais geral deste projeto, situado na fronteira entre a antropologia do Estado e das formas de governo, por um lado, e a etnografia da economia, por outro, aponta para a fecundidade de analisar com as mesmas ferramentas teóricas situações que podem parecer à primeira vista muito distantes. As equipes francesas e brasileiras, que o projeto reúne, trabalham em diversos contextos nacionais, como França (incluindo territórios de “além mar”, como a Guiana francesa) Brasil, Haiti, Argentina, Índia, Colômbia, Estados-Unidos e México.
Equipes
Este acordo visa estimular as trocas intelectuais, criando um ambiente que favorece a formação de jovens pesquisadores e doutorandosatravés de pesquisas etnográficas, caracterizadas pela internacionalização e pelo comparatismo.